quarta-feira, 16 de junho de 2010

Um sonho possível

Todos os sonhos são possíveis, a menos que não tenhamos lutado por eles suficientemente. Alguns são mais difíceis, por isso desistimos deles antes mesmo que tivéssemos a chance de contemplá-los com alguma viabilidade. Outros, a gente dá um jeito e vai até o fim. Para que não tenhamos dúvidas de nada é impossível nesse mundo, apresento-lhes o filme “Um Sonho Possível”, que logo que chegou aos cinemas do mundo todo conquistou a crítica, o público e até mesmo algumas indicações ao Oscar.

O filme conta a história de Michael Oher, o Big Mike, um menino que logo cedo teve a família separada e viveu o drama de crescer sem pai e vendo a mãe morrer aos poucos, vítima das drogas.

Marcado pela rejeição, ele cresceu indo de um lar adotivo para o outro sem nunca encontrar acolhimento verdadeiro ou o carinho de uma família.
Logo percebemos que há nele muitos traumas de infância, que fazem com que ele pareça um grande vazio intransponível. Ele finge indiferença e burrice - mecanismos de defesa psicológica contra mais traumas. Quanto menos envolvimento ele tiver com o que acontece ao seu redor, menor será a dor.
Porém, sua vida começa a mudar quando alguém decide matriculá-lo em uma escola particular cristã. Mesmo sem notas suficientes para acompanhar o currículo rígido do colégio, ele é admitido pela possibilidade de se tornar um ídolo do esporte, além do argumento cristão da caridade.
Num dia de extremo frio, em que ele descobre que a família foi despejada e não deu a ele o novo endereço, ele está a caminho da escola, onde pretende encontrar um lugar para dormir, quando cruza o caminho da família Tuohy.

Eles são o mais perfeito exemplo de estrutura familiar: Leigh Anne (Sandra Bullock) é a mãe rica, mas consciente e de valores cristãos; seu marido, Sean (Tim McGraw), é um ex-jogador de basquete que, ao deixar a carreira por uma lesão, comprou vários restaurantes da franquia de fast-food Taco Bell e vê o dinheiro entrar sem muito esforço. Além disso, o casal possui dois filhos adoráveis: Collins (Lily Collins) e o espevitado S.J. (Jae Head).

Ao encontrar Big Mike sozinho na rua, Leigh Anne decide simplesmente levá-lo para sua casa e dar-lhe uma cama, comida e tudo que ele nunca teve: uma família feliz.

Os Tuohy o recebem, mesmo arriscando ser ele um marginal que pode roubá-los a qualquer momento. Aos poucos, se apegam, através das descobertas de todo o passado trágico daquele menino.

Assim, na escola Big Mike vislumbra a possibilidade de ser “alguém” e jogar futebol americano profissionalmente. Trata-se de uma história de amor, feita para nos tocar. Não o amor romântico vivido tantas outras vezes, mas sim um amor que está disposto a se doar ao próximo sem esperar nada em troca.

O filme é baseado na história verídica do atacante dos Baltimore Ravens, contada no livro The Blind Side: Evolution of a Game e isso explica muito da simpatia do público. É como se, no Brasil, a história de um jogador de futebol famoso fosse contada, inspirando milhares de meninos, meninas e todas as pessoas que tem um sonho aparentemente impossível.

Sobretudo, trata-se de um exemplo de que é possível acreditar em uma humanidade caridosa e altruísta. Assim, terminamos o filme acreditando que realmente é possível fazer o bem sem olhar a quem e ser muito feliz com isso! Play e ótimo filme!
O filme lembrou-se a clássica poesia de Clarice Lispector, que sutilmente define sonhos e encoraja os sonhadores:


Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades
para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E
esperança suficiente para fazê-la feliz.

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