quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A casa do lago



No meio do caminho tinha uma casa... e tinha uma casa no meio do caminho. De quem? Quando? Imaginei-me andando por um longo caminho, longe da “civilização”, numa casa de vidro projetada sobre um lago. No outono as folhas vermelhas cobrem o chão, como fogo que crepita sem queimar, apenas embeleza. No inverno a neve forma um tapete de plumas brancas e na primavera as flores tomam conta do cenário, deixando-o ainda mais deslumbrante. Paraíso? Sim, talvez, mas o importante é que somos convidados a entrar na casa. No meio do caminho. “A Casa do Lago”.


Entre! Fique à vontade. Também vou. Quem não quer ir pro paraíso? Entramos num filme que nos faz sonhar, torcer por um romance em que talvez os protagonistas nunca se encontrem.


A Casa do Lago (2006) é uma versão da Warner Bros do filme sul-coreano Siworae e marca o reencontro de Keanu Reeves e Sandra Bullock. Após o aniversário de doze anos de Velocidade Máxima (1994).


Sandra interpreta Kate Foster, uma médica recém formada que se muda para a cidade após morar alguns anos na casa do Lago. Não precisa nenhum suspense para dizer que o novo morador é Keanu Reeves, ou melhor, Alex Miller, arquiteto que apesar de talentoso possui alguns problemas de relacionamento com o pai, também arquiteto, que projetou a casa.


Ainda no início do filme, a bela médica se sente cansada da rotina do hospital vai até a casa do lago, onde encontra, na caixa do correio, uma carta, endereçada a ela! Era a resposta a um bilhete que escrevera ao novo morador, quando partiu da casa.


Um romance perfeito de um casal que já provou sua química. Não fosse por um detalhe de setecentos e trinta dias. Ele vive no ano de 2004 e ela em 2006! É claro, até darem-se conta do que isso significa se vão algumas bacias de pipoca e unhas dos espectadores mais aflitos, além de várias cartas.


Eles passam a maior parte do tempo separados. No entanto, há uma grande cumplicidade entre os dois. O que os une são as cartas, o que os separa é o tempo. Em comum, apenas o endereço das correspondências.


A caixa de correio tem a estranha capacidade de permitir que a as cartas viajem no tempo. Como isso é possível é o que menos importa. Ao mesmo tempo que inverossímil, o diretor, Alejandro Agresti, e o roteirista, David Auburn, construíram um conto de fadas moderno que pede apenas uma coisa: que nos rendamos a fantasia do cinema, suspendendo qualquer lógica. Não pergunte, apenas se renda a trama, pensando muito mais nos emaranhados da vida do que a impossibilidade da ficção.


Afinal, são apenas dois anos. Para Kate o encontro pode ser no dia seguinte, para Alex daqui a dois anos e um dia... e pode não ser tão perfeito como planejado ou mais do que isso ou ainda não haver encontro. Surpresa!


Ah, se você é daqueles que insiste em pensar, como eu, deixe para depois comentários como “além de falar de amor, por que ela não escreve contando quais os próximos números premiados da loteria?” ou “eles nunca pensaram em usar e-mail para ver o que acontece?” etc, etc, etc.


Depois do filme. Com uma pitada de humor e ainda assim sem duvidar um segundo da excelência da história. Ótimo para assistir enquanto o friozinho não vai embora, enquanto estamos apaixonados ou a procura de um amor...
Play. Bom filme!

P.S Os mais sensíveis, preparem um lencinho!

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