
João 10, 11 “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.” Assim, comparando com Jesus, que não abandona nenhuma de suas ovelhas, nasce o Bom Pastor. Um suspense que narra o surgimento da Central de Inteligência Americana (CIA), hoje com um rebanho de 30 mil membros. Para a antropologia, a cultura é uma lente através da qual enxergamos a cultura do outro.
É impossível não levar subjetividade a uma análise e percebemos com “nossos” olhos o outro. Mas para podermos compreender um pouco o que se passa no mundo e entre aqueles que o governam é imprescindível assistirmos o Bom Pastor – dirigido por Robert de Niro, que também atua no filme. A começar pela comparação que dá nome ao filme, há a prepotência de “ser Deus”, e o que para muitos é sinônimo de patriotismo para mim tem outro nome: ganância.
A história começa em Washington, capital americana, em 1961. Edward Wilson (Matt Damon) cumpre o ritual matutino antes de ir ao trabalho, na CIA. Ele planeja, sob sigilo absoluto, o desembarque de tropas americanas na Baía dos Porcos, na Cuba de Fidel Castro. Mas a notícia da invasão chegou aos ouvidos russos e o episódio ficou conhecido como um dos maiores desastres militares dos Estados Unidos.
O personagem então começa a lembrar da sua complexa vida e os acontecimentos vão desenrolando-se ao longo do filme. Escondido no guarda roupa, Edward espiava o pai, quando este o notou. Tirou-o de lá com um carinho diferente do que dispensara nos seis anos anteriores. “Nunca minta a seus amigos”, disse-lhe, enquanto pedia que se saísse para ouvir os fogos de artifício. O barulho de um tiro era diferente do barulho de fogos. O pai se matara.
Edward escondeu carta que ele deixou e contou a primeira de uma vida de mentiras: “Foi um acidente”. Na faculdade entrou para uma sociedade secreta alemã chamada “The Order”, que nos EUA ficou conhecida como Skull and Bones. Todos os anos apenas 15 homens são escolhidos. O objetivo é formar grandes líderes. De acordo com Antohony C. Sutton e Ron Rosenbaum, dois investigadores, a sociedade alemã seria, nada mais nada menos, a Seita dos Illuminati da qual fazem parte os nomes mais influentes do mundo (quem assistiu ou leu O código da Vinci deve lembrar-se). E ainda afirmam que teria também uma ligação com a Maçonaria, sendo o ritual, a decoração e os símbolos da “The Order” idênticos aos de muitas lojas maçônicas alemãs em atividade nos finais dos Séculos XVIII-XIX.
No grupo, foi recrutado para fazer parte do recém-criado na OSS - Escritório de Serviços Estratégicos - que mais tarde se transformaria na CIA. Nesse meio tempo, Wilson conheceu Margareth Clover (Angelina Jolie), com quem teve uma transa casual. A moça engravidou, os dois se casaram, embora sem nunca tê-la amado. Em seguida, Wilson é chamado para a Segunda Guerra Mundial. O idealismo dá lugar ao nacionalismo cego. Não pode confiar em ninguém e passa por cima de qualquer princípio, inclusive familiar, pela soberania do país.
Torna-se o coração e a alma da CIA. São quase três horas – um chá de poltrona – mas que valem a pena. O maior mérito sem dúvida é a reflexão sobre o exacerbado patriotismo americano, que lá é motivo de orgulho. O outro é diferente. É menos. Merece ser esmagado como formiga. É isto que eu, com minha lente, percebo de toda a história e dos motivos que levam às disputas de poder.
De Niro, com o roteiro de Eric Roth (Forrest Gump) mostra como as mentiras podem consumir um homem. Edward, que na vida real se chama James Jesus Angleton, é um prisioneiro de si mesmo e do mundo que ele criou. No fim do filme, sentado a sua mesa, ele enfim abre a carta que o pai deixou. Lá estava o desejo do pai. Tudo o que ele, Edward, nunca foi, desde que proferiu a primeira mentira.
É impossível não levar subjetividade a uma análise e percebemos com “nossos” olhos o outro. Mas para podermos compreender um pouco o que se passa no mundo e entre aqueles que o governam é imprescindível assistirmos o Bom Pastor – dirigido por Robert de Niro, que também atua no filme. A começar pela comparação que dá nome ao filme, há a prepotência de “ser Deus”, e o que para muitos é sinônimo de patriotismo para mim tem outro nome: ganância.
A história começa em Washington, capital americana, em 1961. Edward Wilson (Matt Damon) cumpre o ritual matutino antes de ir ao trabalho, na CIA. Ele planeja, sob sigilo absoluto, o desembarque de tropas americanas na Baía dos Porcos, na Cuba de Fidel Castro. Mas a notícia da invasão chegou aos ouvidos russos e o episódio ficou conhecido como um dos maiores desastres militares dos Estados Unidos.
O personagem então começa a lembrar da sua complexa vida e os acontecimentos vão desenrolando-se ao longo do filme. Escondido no guarda roupa, Edward espiava o pai, quando este o notou. Tirou-o de lá com um carinho diferente do que dispensara nos seis anos anteriores. “Nunca minta a seus amigos”, disse-lhe, enquanto pedia que se saísse para ouvir os fogos de artifício. O barulho de um tiro era diferente do barulho de fogos. O pai se matara.
Edward escondeu carta que ele deixou e contou a primeira de uma vida de mentiras: “Foi um acidente”. Na faculdade entrou para uma sociedade secreta alemã chamada “The Order”, que nos EUA ficou conhecida como Skull and Bones. Todos os anos apenas 15 homens são escolhidos. O objetivo é formar grandes líderes. De acordo com Antohony C. Sutton e Ron Rosenbaum, dois investigadores, a sociedade alemã seria, nada mais nada menos, a Seita dos Illuminati da qual fazem parte os nomes mais influentes do mundo (quem assistiu ou leu O código da Vinci deve lembrar-se). E ainda afirmam que teria também uma ligação com a Maçonaria, sendo o ritual, a decoração e os símbolos da “The Order” idênticos aos de muitas lojas maçônicas alemãs em atividade nos finais dos Séculos XVIII-XIX.
No grupo, foi recrutado para fazer parte do recém-criado na OSS - Escritório de Serviços Estratégicos - que mais tarde se transformaria na CIA. Nesse meio tempo, Wilson conheceu Margareth Clover (Angelina Jolie), com quem teve uma transa casual. A moça engravidou, os dois se casaram, embora sem nunca tê-la amado. Em seguida, Wilson é chamado para a Segunda Guerra Mundial. O idealismo dá lugar ao nacionalismo cego. Não pode confiar em ninguém e passa por cima de qualquer princípio, inclusive familiar, pela soberania do país.
Torna-se o coração e a alma da CIA. São quase três horas – um chá de poltrona – mas que valem a pena. O maior mérito sem dúvida é a reflexão sobre o exacerbado patriotismo americano, que lá é motivo de orgulho. O outro é diferente. É menos. Merece ser esmagado como formiga. É isto que eu, com minha lente, percebo de toda a história e dos motivos que levam às disputas de poder.
De Niro, com o roteiro de Eric Roth (Forrest Gump) mostra como as mentiras podem consumir um homem. Edward, que na vida real se chama James Jesus Angleton, é um prisioneiro de si mesmo e do mundo que ele criou. No fim do filme, sentado a sua mesa, ele enfim abre a carta que o pai deixou. Lá estava o desejo do pai. Tudo o que ele, Edward, nunca foi, desde que proferiu a primeira mentira.
Um comentário:
Portugal and Spain......Out of Order ?
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