segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cartas para Julieta


Por Géssica Valentini

Você é romântico? Iniciei a semana com o desejo de saber porque, ao longo de nossa curta vida, nos tornamos mais céticos ou, então, mais sensíveis a essa coisa chamada “amor”. Ao ouvir esta palavra aposto muitas lembranças e sentimentos surgem em sua cabecinha. Se você está em uma fase de questionamentos, bem vindo ao filme: Cartas para Julieta!

Nele, o diretor Gary Winick zomba de nós e de nossos conceitos trazendo de volta Julieta (a mesma de Sheakespeare!) para responder às duvidas das donzelas apaixonadas ou desiludidas (mais desiludidas que apaixonadas).

Uma delas é Sophie (Amanda Seyfried) que está de casamento marcado com Victor (Gael García Bernal). Os dois viajam para Verona, na Itália: ela para a Lua de Mel, ele para conhecer os vinhos e especiarias que poderiam servir para incrementar seu restaurante.

Nesse dramático e estonteante cenário, ela, curiosa repórter, encontra as secretárias de Julieta, que respondem às cartas deixadas pelas moças. A partir daí o papel dos filmes românticos entra em cena. Ela encontra uma carta que foi escrita há 50 anos e estava esquecida sob um tijolo. Entre opiniões divergentes, ela resolve responder e muitas aventuras se desenrolam depois dessa atitude ousada.

Se você está apaixonado, vai suspirar ante os diálogos da inusitada história. Se não está nem aí para o amor, vai, ao menos, viajar sem sair de casa pelas surpreendentes paisagens italianas.

Na ficção, não é preciso dizer que o fim é feliz. Na vida real, Paulo Mendes Campos foi enfático ao afirmar: o amor acaba! Às vezes numa esquina, num domingo de lua nova, no elevador, como se lhe faltasse energia. Acaba em apartamentos atapetados, aturdidos de delicadezas; no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; numa carta que chegou antes ou depois; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque; nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba.

Esse filme você já viu, não é? Ah! Mas, segundo ele, acaba para recomeçar...

Então, boa sorte com os sentimentos e lembranças!

Nenhum comentário: