segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Lembranças



Géssica Gabrieli Valentini

A menina feliz vê a mãe ser assassinada em uma estação de metrô. O menino feliz enfrenta o drama do suicídio do irmão e da separação da família. Os sorrisos se esvaem como a noite que de repente engole o dia e o tempo passa. Lembranças é a sombra de um passado que nunca é esquecido. Permanece presente no comportamento rebelde, na fragilidade das relações.

Para os fãs de filmes de ação, sugiro que não assistam, pois o diretor Allen Culler empregou a beleza da narrativa justamente na morosidade das cenas. Já para quem gosta de dramas humanos, surpresas e a vida real mais próxima da ficção, este é o filme certo.

O protagonista Robert Pattinson conseguiu se afastar do rótulo de galã de Crepúsculo empregando ao personagem Tyler uma rebeldia que está longe do ideal romântico do vampiro.

Tyler é filho de um milionário (Pierce Brosnan), mas vive em um modesto apartamento no subúrdio de Nova York, trabalhando em uma livraria. Linhas tortas o levam à Ally (intepretada por Emilie de Ravin), a menina que presenciou a morte da mãe 10 anos antes. O pai de Ally (Chris Cooper) é policial e bate em Tyler para separar uma briga no qual o moço estava envolvido.

Ao conhecer Ally e saber o quanto o pai a protege, resolve se vingar do policial, conquistando-a. O que ele não imaginava é que se apaixonaria também. Alguns chamaram a história de monótona, outros de empolgante. Eu diria que tudo depende do gênero com o qual você se identifica.

O filme também traz outras temáticas como bullying, termo utilizado para designar preconceitos que crianças e adolescentes sofrem na escola. Além disso, a discussão chega ao campo da segurança pública e das relações familiares. Percorre décadas de acontecimentos e de forma sutil apresenta as consequências de pequenas e grandes coisas na formação da personalidade humana e de uma nação inteira.

As palavras se tornam armas, as armas brinquedos, os brinquedos parte do passado, o passado uma sombra e assim se formam as relações, a cultura, as gerações. Difícil escrever uma crítica que depende do final para se tornar interessante, mas se revelar o final perde a graça. E agora?

Agora deixo a vocês a tarefa de descobrir do que se trata e valorizar os detalhes, da ficção e, sobretudo, da vida real! Ótimo fim de semana e bom filme!

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