terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Tropa de Elite 2

Por Géssica Gabrieli Valentini

Na ficção, dez anos se passaram desde que Capitão Nascimento encerrou um capítulo na história do tráfico de drogas do Rio de Janeiro. Na vida real, há três anos o filme Tropa de Elite conquistou fãs e escancarou vários aspectos da segurança pública precária que temos no país.

No novo filme, que estréia este fim de semana nos cinemas de todo o Brasil, a batalha é a mesma, com um inimigo diferente: não somente os traficantes, mas os próprios policiais e o poder público, que deveriam defender os interesses da população.

Os personagens continuam ali, embora com histórias diferentes. Nascimento está separado da mulher, o filho já é adolescente e agora ele ocupa o cargo de subsecretário de segurança pública do Rio de Janeiro.

No cargo, com ainda mais responsabilidade, mais uma vez ele está diante da falta de escrúpulos e da corrupção ainda mais pungente.

Com mais violência e complexidade, o diretor José Padilha preparou um filme em que nosso olhar acompanha cenas que não estão distantes, como muitas vezes parece. Uma guerra, definida com todas as letras e travada sem que muitos percebam, com ou sem o nosso consentimento, mas cujos efeitos todos sentimos.

Assim, o principal desafio do capitão é descobrir quem são seus verdadeiros inimigos. O mal aparente se torna pequeno perto do bem disfarçado de muitas formas. Às vezes fardado, às vezes com uma arma escondida sob as vestes, às vezes unido a sorrisos e muita boa vontade. Além disso, cheio de interesses: principalmente dinheiro e poder. É com este inimigo, sem rosto, por vezes invisível, que ele precisa lutar. Continua combatendo traficantes, lutando contra a violência e os efeitos devastadores das drogas nas favelas e nas famílias.

Por outro lado, mira com precisão outros alvos, que descobrimos ao longo das cenas, como num jogo de computador. Infelizmente, embora seja ficção, não se trata de uma brincadeira. É a vida real: a nossa!


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