segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sempre ao seu lado




Por Géssica Valentini

2002: A jovem de classe média alta Suzane Von Richthofen abre a porta de casa para que o namorado entre e mate seus pais. 2008: Alexandre Nardoni e a esposa são acusados e condenados por jogarem do sexto andar de um prédio a filhe dele, Isabella.

Difícil falar em “lealdade”, tema do filme da semana, quando nos damos conta que estes são apenas dois entre as centenas de casos semelhantes que acontecem todos os dias. A palavra e o significado dela, antítese da traição, parecem ter caído em desuso.

“Sempre ao seu Lado” não trata de uma relação humana, mas o lado “irracional” inspira. Aliás, o que é ser racional?

O filme conta a história do professor universitário Parker Wilson (Richard Gere) e o cão Hatchi. Baseado em uma história real, que ocorreu no Japão no início do século XX, o cão ficou famoso após aparecer em reportagens de jornais que contavam sua relação de lealdade com o dono. Todos os dias, Hachi acompanhava seu amigo até a estação de trem e estava lá quando ele voltava.

Na versão adaptada, a história se passa em Nova York, embora o cão seja da mesma raça. Ele é achado quando ainda é filhote e o professor o leva para casa. Inicialmente, a ideia é completamente descartada pela esposa, Joan. Só depois de perceber a relação de cumplicidade iniciada pelos dois, ela se comove e decide aceitá-lo.

Embora muitos costumes ocidentais tenham sido incorporados à narrativa, o filme é cativante, a exemplo de Marley e Eu e muitos outros filmes com animais.

Eles não precisam de grandes motivações para largarem tudo e irem atrás do dono, para defendê-lo ou agradá-lo. Não fazem isso somente pela recompensa e esperando muito em troca. Também não largam o dono diante da primeira decepção, nem o matam quando fazem algo que não agrada.

Prepare-se para encarar um lado doce e terno da vida, cada vez mais raro. Talvez você até queira ter um cãozinho depois disso, ou, melhor ainda, aprenda que muitas vezes é preciso ser menos racional diante da vida! Bom filme!

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